(Foto: Du Machado)
“Daqui acho que eu não saio. Nunca. Sou desse chão. Chão que eu manchei com meu amor. Chão que é meu altar de devoção. Chão que eu enterrei a Rosa do meu cerrado, do meu sertão.”
(Trecho adaptado da peça "Ser tão de Rosa ou ritual do pacto do violeiro com o diabo", livremente inspirado nos textos de João Guimarães Rosa)
Terra
Simbolicamente a terra opõe-se ao céu como o princípio passivo e de aspecto feminino. Ela sustenta enquanto o céu cobre. Simboliza a função maternal. Dá e rouba a vida. Prostrando-se sobre o solo, Jó exclama: “Nu saí do seio materno, nu para lá retornarei”, identificando a terra-mãe com o colo materno. Algumas tribos africanas têm o hábito de comer a terra, símbolo de identificação. O sacrificador prova a terra; dela a mulher grávida come. O fogo nasce da terra comida. Símbolo de fecundidade e regeneração. Para os astecas a deusa Terra apresenta dois aspectos opostos: é a Mãe que alimenta, permitindo-nos viver da sua vegetação; mas por outro lado precisa dos mortos para alimentar a si mesma, tornando-se desta forma destruidora. Toda a terra se torna, assim, símbolo do consciente e de sua situação de conflito, símbolo do desejo terrestre e de suas possibilidades de sublimação e de perversão. É a arena dos conflitos da consciência no ser humano.
Fonte: Dicionário de Símbolos.
Fonte: Dicionário de Símbolos.